Sobe o número de lançamentos de studios devido ao crescimento do short-stay
Lançamentos com studios e apartamentos de 1 dormitório entram, cada vez mais, na mira das principais construtoras, e a procura por este produto é muito grande entre pequenos e médios investidores.
22/03/2024 | Por: Marcelo Alvarenga
Rafael Rossi, da Conviva: nós vamos crescer mais de 100% neste ano. (Conviva / Divulgação)
O número de lançamentos de empreendimentos com studios entre 30m² e 40m², além de apartamentos de 1 dormitório, está aumentando cada vez mais, e este ano deve responder por uma fatia bem grande do mercado imobiliário.
Em São Paulo, esta é uma tendência que está crescendo sem parar, muito por conta do grande crescimento da demanda por locação de curta temporada, as short-stay, que tem como maior expoente, o Airbnb, uma plataforma que conecta locadores e locatários, e que não pára de crescer.
Tem muita gente investindo em studios e apartamentos, apostando no crescimento ainda maior das locações de curta temporada. Muitos compradores estão investindo tanto no interior, como na capital, confiantes em lucrar muito mais com short stay, quando comparado com as locações normais.
Um exemplo desse crescimento, é o grande aumento de faturamento de empresas como a Conviva, criada em 2016 por Rafael Rossi, membro da familia que é dona da renomada Construtora Rossi.
Rafael criou em 2012 a Incorporadora Huma, uma incorporadora com um apelo de boutique, com prédios menores e valorização de projetos arquitetônicos. Na crise de 2016, sentiu a queda de mercado e viu uma oportunidade: as locações de curta temporada, ou short stay no linguajar do mercado.
Estava aberto o caminho para a Conviva, startup criada para fazer a operação e gestão dos apartamentos. O negócio cresceu à margem da Huma, mas o cenário mudou. Desde 2022, é a empresa que mais brilha os olhos do empresário.
Em 2021, a empresa faturava R$ 4 milhões, número que subiu para R$ 13 milhões dois anos depois. A expectativa para 2024 é mais do que dobrar esse resultado, chegando a R$ 30 milhões. “Esse é um crescimento que já está contratado. Se algo mudar, podemos ter alta 20% acima disso”, diz Rossi.
A Conviva opera com pouco mais de 300 apartamentos, o que inclui os serviços de atendimento, manutenção dos espaços e a gestão das locações.
O modelo deu guinada em especial no pós-pandemia, em muito pela facilidade na oferta das hospedagens pelo Airbnb, que atualmente representa 60% das locações da Conviva. “O Airbnb ajudou a tirar a fricção da locação por temporada no Brasil, antes muito restrita a casas de veraneio”, afirma Rossi. Booking com 20%, Conviva com 15%, além de Decolar e o Grupo Expedia, com 5% juntos, aparecem na sequência das locações.
Em busca de acompanhar o ritmo do mercado, previsto para crescer em taxas anuais acima de 10% pelo mundo, uma nova fronteira que Rossi está desenhando é a construção de imóveis próprios para a locação. O projeto passa por captar recursos de investidores e family offices para subir os prédios. No modelo, a Huma ficaria com a parte da construção e a Conviva assumiria a operação e locação.
“A vontade é de fazer prédios não para vender, mas para oferecer o short stay, trazendo grupos de investidores, como fundos fiduciários e fundos imobiliários”, afirma Rossi. A unidade entra como um complemento ao atual formato das operações dos dois negócios do empreendedor. As conversas estão em andamento.